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O mercado de automóveis no Brasil vai de mal a pior. O setor, que havia tomado fôlego com a redução das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), de maio de 2012 até dezembro do ano passado, agora convive com números negativos nas vendas. Segundo o último relatório da Federação Nacional da Distribuição de veículos automotores (Fenabrave), que representa as concessionárias, as vendas em maio deste ano foram 10,7% menores do que em igual mês do ano passado. De janeiro até o mês passado, também houve queda, de 8,26% em relação ao mesmo período de 2013.
Fontes do setor, economistas e tributaristas ouvidos pelo EXTRA apontam a mesma principal causa para o desempenho do mercado não deslanchar no país: a alta carga tributária. Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), ao comprar um carro novo 1.0, hoje, o consumidor paga, 35,27% só em impostos.
E o cenário ainda pode piorar. Até a próxima terça-feira, o ministro da Fazenda Guido Mantega vai decidir se o governo seguirá com o plano de subir as alíquotas do IPI novamente.
Fontes do setor e economistas ouvidos pelo EXTRA apontam a mesma causa como a principal para o desempenho do mercado não deslanchar: a alta carga tributária. Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), ao comprar um carro novo 1.0, hoje, o consumidor paga 35,27% em impostos.
— Nosso cálculo considera também os impostos que incidem sobre a folha de salário e sobre o lucro das empresas — explica João Eloi Olenike, presidente do IBPT.
Segundo Luiz Moan Yabiku Jr., presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o Brasil tem hoje a maior carga tributária sobre veículos do mundo.
— A cada cem reais que pagamos na compra de veículos, em média, R$ 30 são impostos. Nos Estados Unidos, a cada cem dólares, US$ 6,50 são de tributos. A solução para isso é que, paulatinamente, o país reduza essa carga tributária, até porque nós já demonstramos que quando ela cai, nós aumentamos a venda de veículos e, com isso, também a arrecadação de outros impostos. De maio de 2012, quando houve a redução do IPI, até dezembro de 2013, quando ele começou a subir, nós vendemos 1,48 milhão de unidades a mais em relação a igual período anterior. Arrecadamos R$ 4,9 bilhões a menos de IPI, mas pagamos R$ 5,6 bilhões a mais de PIS e Cofins e R$ 6 bilhões de ICMS. Ou seja, nesse período, o setor gerou R$ 8,2 bilhões a mais nos demais impostos.
Como se não bastassem os tributos, o consumidor que precisa comprar o carro financiado arca com altos juros. Uma pesquisa feita pelo EXTRA em concessionárias do Rio mostra que os juros chegam a custar 31,5% do carro, mesmo com entrada. É o caso do Gol 1.0, cujo valor sai de R$ 32.710, à vista, para R$ 47.793,20, em caso de financiamento, mesmo que o consumidor pague 40% de entrada (confira abaixo).
Segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), em maio, a taxa média nos financiamentos de automóveis por Crédito Direto ao Consumidor (CDC) foi de 1,8% ao mês, a maior desde maio de 2012.
Para fugir das altas taxas de juros do setor, o enfermeiro Arlindo Jansen, de 61 anos, comprou o seu Celta 1.0, no início deste ano, com empréstimos consignados.
— Consegui juros de 0,95% ao mês. O carro custou R$ 31.200. Tinha um dinheiro guardado e peguei R$ 26 mil, em dois empréstimos. Quanto aos impostos, de um modo geral, a tributação em tudo é alta no Brasil. Em todos os setores. Não só no carro.
Procurada pelo EXTRA, a Volkswagen afirmou que cabe à Anfavea, que representa as montadoras, comentar sobre a carga tributária no setor. As perguntas sobre os juros e os preços de fábrica dos carros não foram respondidos pela empresa.
Já a Fiat afirmou, em nota, que “as diretrizes governamentais e tributárias que regem o mercado automotivo podem ocasionar alterações nos preços dos produtos praticados em diferentes países. A Fiat permanece envidando esforços para manter a prática usual de comercializar seus produtos a preços competitivos aos consumidores brasileiros”. Em relação aos juros, a empresa informou que “as taxas para a venda de carros são definidas pelos bancos e sofrem influência dos indicadores macroeconômicos. A Fiat não conta com banco próprio de varejo”.
Fonte: Impostômetro

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