Não é preciso ler um jornal todo, muito menos assistir a um noticiário até o final, para poder perceber que vivemos em um momento de total descaso em relação ao próximo. A sociedade está em colapso com suas relações fragilizadas, permeadas por interesses puramente egocêntricos e mercantilizados.
E em meio ao caos encontra-se a figura do advogado, o qual é, popularmente, relacionado a problemas e conflitos e possui sua imagem, vulgarmente, associada ao oportunismo e charlatanismo.
Mas a advocacia está muito longe de ser apenas um instrumento de solução de conflitos, cujo maior objetivo é a obtenção de lucros. Em verdade, a advocacia possui a função de tornar possível. Possui a função de lutar pelo interesse do cliente como se fosse um órgão vital, a fim de possibilitar algo que parecia impossível.
Habitualmente, quando um indivíduo busca um advogado ele está em situação de desespero e procura alguém confiável, sensível e empático em quem depositar suas esperanças. Portanto, ao atuar, o advogado deve sempre se pautar na premissa de que trabalha com vidas.
Não deve nunca se esquecer do conselho deixado por Rui Barbosa em sua célebre “Oração aos Moços”, referindo-se à advocacia:
“Não fazer da banca balcão, ou da ciência mercatura. Não ser baixo com os grandes, nem arrogante com os miseráveis. Servir aos opulentos com altivez e aos indigentes com caridade. Amar a pátria, estremecer o próximo, guardar fé em Deus, na verdade e no bem.”